Economista avalia que Copom “reconheceu que a inflação está mais persistente e disseminada”
por Victor Rezende, Valor — São Paulo – 
03/11/2021 – 12h08

 

(Fonte: Valor Investe – https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2021/11/03/ata-tenta-corrigir-comunicado-e-da-mais-importancia-a-questao-fiscal-diz-armor-capital.ghtml )

Se no comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central havia faltado uma preocupação maior com a situação fiscal, a ata tenta corrigir a situação ao dar mais importância à questão, avalia a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico. “Colocaram um peso maior. Eles reconhecem que a situação corrente está melhor, mas enfatizam a questão da perspectiva e colocam as implicações muito corretamente, ao falarem tanto sobre o maior prêmio de risco e a maior chance de desancoragem quanto sobre o juro neutro.”
Assim, a Armor mantém, por enquanto, a projeção de que a Selic deve ser elevada em 1,5 ponto percentual em dezembro e terminar o ciclo em 11%. A gestora, inclusive, já contempla em seu cenário básico um juro de equilíbrio de 4% em termos reais. “O Copom foi mais assertivo na discussão do risco fiscal e de suas implicações e, além disso, reconheceu que a inflação está mais persistente e que estamos em um processo de inflação mais disseminada”, diz a economista.
Damico observa, adicionalmente, que o Copom subiu a barra ao falar da Selic no fim do ciclo e que não se esquivou da possibilidade de ter que elevar ainda mais a taxa de juros. “Isso é um ponto importante. Óbvio que o mercado já tinha colocado isso no preço e que os economistas também já haviam atualizado o cenário para incorporar juros mais altos, mas é importante o próprio Copom fazer essa atualização. Foi uma ata adequadamente mais ‘hawkish’”, afirma a economista.
Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor Econômico.