CEO e sócio fundador da Armor Capital, um dos maiores especialistas do país em juros e câmbio, é o convidado do novo episódio do Clube, o videocast da EXAME Invest
Da Redação
15/12/2021 – 13h45
(Fonte: EXAME Invest – https://exame.com/invest/mercados/clube-recebe-alfredo-menezes-janela-para-fintechs-nao-e-eterna/ )
Alfredo Menezes, sócio fundador da Armor Capital e ex-chefe da Tesouraria do Bradesco, no videocast Clube, da EXAME Invest | Foto: Reprodução/YouTube (YouTube/Reprodução)
“Há uma janela para aumentar a concorrência de fintechs com grandes bancos.” Essa é a avaliação de Alfredo Menezes, sócio fundador, CEO e CIO (head de investimentos) da Armor Capital, no mais novo episódio do Clube, o videocast da EXAME Invest.
“As fintechs hoje têm muito menos exigências do que os grandes bancos em questões de regulação, seja por Basileia ou capital de risco. Eu não vejo isso se perpetuando eternamente. Esse benefício tende a diminuir com o tempo”, afirmou o experiente gestor.
Menezes é considerado um dos maiores especialistas do país em operações com juros e câmbio e do business de bancos de maneira mais ampla, com a experiência de quatro décadas no mercado financeiro e de três décadas em bancos.
Menezes trabalhou no antigo BCN de 1985 até 2001, banco em que chegou a diretor de Tesouraria. Em 2001, com a compra do BCN pelo Bradesco, assumiu a Tesouraria do segundo maior banco privado do país. Em 2012 foi promovido a diretor executivo gerente, cargo que manteve até 2015. Saiu para montar seu family office, a Jceta. E fundou a Armor em 2019.
Menezes conversou com Daniel Cunha, da área de Sales do BTG Pactual, e Bruno Lima, analista de Equity Research do BTG Pactual, que são os apresentadores do Clube.
Segundo Menezes, conceder crédito no Brasil é uma das atividades mais difíceis que existem. Ele contou que, ao longo de sua carreira, acompanhou a compra de diferentes financeiras por bancos e que poucas conseguem dar lucro.
Apesar do spread elevado (a diferença entre o custo de captação do banco e o do empréstimo na ponta final), algo que, em tese, sinaliza margens elevadas, há desafios que dificultam a operação: ele citou o fato de que o brasileiro consegue, se quiser, arranjar meios de evitar o pagamento e o que classificou como lentidão do Judiciário no processo de retomada do bem de quem ficou inadimplente.
Na sua visão, grandes bancos vão perder para fintechs parte de suas receitas com serviços, mas, na parte de crédito, “vai ser muito difícil” por causa da necessidade de conhecer a fundo o histórico do cliente, algo que mesmo o cadastro positivo não resolve por completo.